Eu aviso antecipadamente que esse texto é muito pessoal e longo. Tenho vontade de escrever e não me contentarei com pouco. Contém um pouco de sentimentalismo, retrospectiva, algumas palavras de baixo calão e talvez falta de modéstia.
/* suspiro... */
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Quando eu entrei no CMDI, pensei sobre o quanto seria interessante estudar lá. Um local cheio de árvores, calmo... por mais que eu reclame da calmaria, eu gosto de locais calmos. Nunca gostei da agitação...
Meus primeiros dias foram tensos, todos de alguma forma se conheciam. Todos fizeram cursos preparatórios, então eu era como se fosse um indigente. Quem ousou puxar conversa até me chamou de gênio por eu ter entrado sem a ajuda de um curso preparatório... bastou uma apostila de $30. Que coisa...
Meus coleguinhas se divertiam, saíam, confraternizavam. Sempre fui mais família, então eu ficava em meu canto, na maior parte do tempo recluso. Logo houve quem me chamasse de nerd, apesar de na época - quase três anos atrás - eu não merecer tanto o título que agora ostento na descrição do twitter.
Dizem que o Ifam muda as pessoas. Quem outrora era estudioso e considerado o melhor da classe nas escolas de origem descobre que a coisa não funciona do mesmo jeito. Conforme está escrito na Desciclopédia, em um artigo sobre o Ifam, "quem entra acha que é o fodão e no primeiro bimestre se fode todão". É regra pra quase todo mundo... Mas as regras que funcionam para a maioria das pessoas não se aplicam a mim, ao que indicam os fatos. E assim foi com essa regra, eu passei ileso.
E meus colegas não estavam errados... Quem me chamou de gênio, de certa forma, tinha razão. O que se esperar de alguém que nunca estudou pra prova e consegue boas notas? O ensino técnico é maçante e só os fortes sobrevivem pra contar a história.
Mas o Ifam muda pessoas diferentes /* ou não */ de modos diferentes. E eu, que era meio retraído, fui me socializando aos poucos. Nada mal para quem só tinha professores como colegas de classe. E meus dias foram passando... Meu primeiro ano terminou sem grandes esforços.
Meu segundo ano foi meio complicado. Muitas coisas ocorreram. E mais pessoas vão descobrindo que o Ifam não é aquilo com o que elas sonhavam... Os espertos pulam fora antes. Mas eu estava apto a ficar. Fiquei. O segundo ano foi marcante. No geral, pela leva de gente derrubada por Eletrônica Digital. Sempre uma matéria complicada... Mas meu atributo inteligência era +8, superei fácil.
Essa coisa de superar fácil às vezes me deixava em situações em que se eu pudesse me dividiria em dois ou mais. Era tanta coisa pra fazer, tanta carniça, digo, gente pra tentar salvar do buraco... E eu ainda achava tempo pra fazer nada. Eu deveria ganhar o título de Herói do Tempo... -kk :_D Ao final do ano, já tinha um dos pés na universidade. E desse modo fui consolidando o meu título de nerd, atribuído pelos outros.
Também conheci pessoas. Normalmente pessoas conhecem umas as outras na sala de aula, em um refeitório, em um corredor... As causas são as mais variadas. E, já que estamos em uma escola técnica, nada mais normal do que conhecer alguém por causa de um multímetro analógico, né? Bizarro... mas foi o que me ocorreu. E, por sinal, foi uma das melhores coisas que me ocorreram, senão a melhor delas. Infelizmente, coisas trágicas também ocorreram e sem querer me distanciei dela, mas não estou aqui pra relembrar momentos ruins. Próximo...
No terceiro ano só haviam metade dos alunos, pois o pessoal foi levado pelas reprovações do ano anterior... menos gente, mas não necessariamente menos obrigações. Menos matérias, mas havia o leão do PCCT, pois não obtive estágio... Me redobrei muito, e entrei o ano novo já fatigado da escola. Felizmente eu finalizei meu PCCT no domingo passado e o apresentei na terça. Isso foi bom, pois neste ano que passou pus o outro pé na universidade. E agora me encaminho pra lá, um lugar onde /* quase */ ninguém vai me conhecer. E o título de nerd de eletrônica é meu, RAWR!
Mas a melhor coisa que me ocorreu no terceiro ano foi ter voltado a falar com a garota do multímetro. Pena que isso foi em dezembro... Mas nunca é tarde. É sempre bom reatar a convivência com alguém querido e especial... Me fez bem, pois eu já estava dando RT no @caodadepressao de tão triste que eu ficava às vezes. E ela me pôs de volta um sorriso no rosto, me tirando meu principal motivo de tristeza... /* emoções aqui -kk */
Através desses três anos, muita coisa ocorreu. Não sou a melhor pessoa do mundo, mas creio que estou melhor do que quando entrei no Ifam. E tenho muito a melhorar... Mas pra isso eu tenho tempo, e paciência. Meu atributo paciência já é +16...
Quando entrei, de certa forma queria que as pessoas se lembrassem de mim. Lembrassem de quem eu fui, do que eu fiz. Mas talvez isso seja muita prepotência. E sei que poucos se lembrarão. Quase ninguém saberá quem eu fui, quase ninguém me lê. Mas não importa, pois há alguém que lê e para esse alguém eu farei, de certa forma, a diferença. Haverá quem se lembre, e quem se lembrar saberá que eu fiz a diferença. Ou tentei fazer. Saio do Ifam meio que com minhas metas cumpridas. Hora de um novo tempo...
E, ao final destes três anos em que estive lá dentro, três anos repletos de alegrias, de emoções... tudo o que posso fazer é agradecer em retribuição à todas as pessoas importantes.
Meus agradecimentos:
Luan de Moraes, uma pessoa a quem estimo, uma das primeiras a me escutar, e que aprecia videogames como eu, e que é, de certa forma, nerd como eu. Talvez nem tanto... mas isso é outra história.
Suamy Aguiar e Nívia Braz, minhas duas amigas que me deixaram "friendzoned" no lv. máximo. Mas não é ruim por completo, afinal elas também colaboraram muito. Tiveram paciência comigo, me orientaram na medida do possível e me ajudaram a desenvolver as skills de compreensão do comportamento feminino. Essa skill está sempre em desenvolvimento, mas elas me deram a base :_P
Allan Lincoln, porquê ele era o dono do multímetro analógico que me permitiu conhecer a garota do multímetro :_P
Maya Miyuki, por ter me dado as credenciais necessárias pra escrever à vontade #LOL :_D /* e não só por isso... mas também é outra história */
E a todos os demais que de alguma forma me ajudaram.
E meus agradecimentos muito especiais para Karoline da Silva, a garota do multímetro. :_) Bem... não vou expôr meus motivos, até porquê disse a ela que não me derreteria no texto relacionado... enfim. Agradeço às ações tomadas por ela, e desejo um (obrigado)^(8 deitado de lado). Um obrigado por tudo o que ela fez... ^^
Se você leu meu texto até aqui, muito obrigado por dar importância à aquilo que eu escrevo. Texto enorme... Enfim, expressei o que queria.
Boa sorte, bons estudos e ótimos dias a todos os ifanianos. Esses são os meus desejos de despedida.
Até algum dia, quem sabe. x_)
Never give up, trust your instincts./* end of file */
